Missão PERIGEU - Radiação Ionizante: Uma jornada da FAB em meio ao invisível
Você não vê. Você não sente. Mas ela está lá — atravessando o céu, silenciosa e implacável.
Estamos falando da radiação ionizante, uma força invisível que ameaça tanto a saúde humana, quanto os sistemas eletrônicos a bordo de aeronaves e satélites. Para entender e antecipar esses riscos, nasce a Missão PERIGEU (Pesquisa Estratégica de Radiação Ionizante em Grandes Extremos Ultra-austrais). Conduzida pelo IEAv, dentro do Projeto ERISA-D, em parceria com o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), essa jornada científica decolou rumo ao continente Antártico no dia 14 de maio, apoiada pelo 7° Voo de Apoio Logístico à Operação Brasileira na Antártca (OPERANTAR XLIII), realizado pelo 1º/1ºGT – Esquadrão Gordo.
O objetivo da missão é coletar dados inéditos sobre a radiação cósmica nas altitudes onde voam nossas aeronaves — especialmente em zonas críticas como a transição entre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) e a região polar. Referidos dados expandirão os conhecimentos essenciais para validar a REP (Radiation Environment Platform), uma Plataforma computacional nacional desenvolvida pelo IEAv e ITA, capaz de simular o ambiente de radiação desde o solo até 100 Km de altitude.
A Missão de coleta de dados, suportada pelos Projetos ERISA-D (Efeitos nocivos da Radiação Ionizante em tripulações, Sistemas Aeroespaciais e Defesa) e PROPHIPER (Propulsão Hipersônica), do IEAv, conta também com o apoio do LabBio/ITA, EMBRACE/INPE e IRD/CNEN.
Missão PERIGEU — explorando o invisível para proteger o visível.
Texto: Claudio Federico; Fabíola Lêdo